Como curar a parvovirose canina

Como curar a parvovirose canina

A parvovirose canina é uma doença muito comum nos cachorros, sobretudo durante os primeiros meses de vida. Esta doença foi diagnosticada pela primeira vez em 1978 nos Estados Unidos e em dois anos atingiu todo o mundo. Esta doença é causada por um vírus parvovírus cuja eliminação do ambiente é muito difícil. Ele resiste ao álcool e ao calor, ficando durante anos no meio ambiente.

Esta doença é transmitida através da saliva, fezes e urina dos cachorros portadores do vírus. Uma só grama de fezes pode chegar a infectar mais de 5000 cachorros! A idade de maior risco é entre as 6 e as 12 semanas de vida, embora animais não vacinados possam ser atingidos até 1 ano de idade (daí a grande importância de vacinar os seus cachorros).

Se notar que o seu cachorro vomita com frequência, não come, tem perdido muito peso ou faz fezes com sangues, leve-o ao veterinário de imediato para que realize os exames apropriados. Se quer obter mais informação sobre esta doença, neste artigo de umComo explicamos com detalhe como curar a parvovirose canina para que você saiba o que fazer caso o seu cachorro contraia essa doença.

Passos a seguir:
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Se acredita que o seu cachorro tem parvovirose, a primeira coisa que deve fazer é levar o seu cachorro ao veterinário para que diagnostique o tipo de doença que tem. Uma vez diagnosticado, a primeira reação costuma ser combater a desidratação; para isso, costuma se administrar ao cachorro uma dose de soro que deverá estipular o seu veterinário em função do estado dele.

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Normalmente, o veterinário realiza uma fluidoterapia de reposição, ou seja, a administração de soro para reidratar o cachorro. Os fluídos que a compõem são os cristaloides isotônicos (o mais adequado para combater a parvovirose é o Ringer-Lactato, segundo os veterinários), que pode ser combinado com coloides, como o hidroxi almido ou o dextrano. Este tratamento costuma ser administrado por via intravenosa.

Nos casos graves em que o vírus da parvovirose deriva em problemas cardíacos ou renais, estes cristaloides devem ser administrados com extremo cuidado, pois não são tolerados com o mesmo sucesso que em um cachorro com as funções cardíacas e renais normais.

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O ritmo e a quantidade de administração do soro serão estipuladas pelo veterinário em função do tamanho e peso do cachorro e do desenvolvimento da doença. Além da fluidoterapia, em casos mais graves, podem ser necessárias transfusões de sangue.

Devido às diarreias com sangue que o vírus da parvovirose produz, o cachorro perde muito sangue e precisa se recuperar, e também se desfazer do vírus pouco a pouco. Tanto em filhotes como em cachorros adultos o doador deve ser um cachorro adulto, saudável e deve ter todas as vacinas obrigatórias em dia.

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Com o soro para reidratar e as transfusões de sangue, o cachorro doente de parvovirose começa a se recuperar e suprir cada um dos déficits produzidos pelo vírus. Uma vez reidratado, o veterinário continuará com uma fluidoterapia de manutenção, a qual costuma estar composta por uma solução de glucosamina isotônica complementada com cloreto de potássio.

Não obstante, os fluídos podem variar em função do estado do paciente. Sempre será o veterinário quem determinará quais são os mais adequados, as quantidades e ritmo de administração. Em muitos casos, a parvovirose pode causar um estado de hipocalemia, ou outros desequilíbrios, e o cachorro deve receber potássio para se recuperar adequadamente.

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Se não quer ter o seu cachorro internado, existe a possibilidade de administrar o tratamento em casa com bolsas de soro (primeiro as de reidratação e depois as de manutenção). Normalmente, o veterinário costuma complementar a fluidoterapia com antibióticos e antieméticos, que deverá receitar ele mesmo e detalhar toda a informação relacionada com a ingestão (quantidade e tempo).

Se tratar seu cachorro em casa, deverá ir nos dias que o veterinário indicar para consulta e realizar um controle do avanço e desenvolvimento do cachorro. A primeira dose de fluidoterapia de reposição e transfusões de sangue serão realizadas no hospital veterinário.

Se o tratar em casa, você deve ter todos os objetos (mantas, cama, etc.) e o lugar onde o cachorro esteja completamente limpos e desinfetados. Lembre-se que o vírus da parvovirose pode viver em situações extremas durante meses.

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É importante destacar que, ainda que este seja o tratamento mais eficiente, pode não surtir o mesmo efeito em todos os cachorros, pois depende do estado da doença e do cachorro em si. Em cachorros costuma ser mais crítico e, muitas vezes, requerem medicamentos complementares que lhes ajudem a melhorar as suas defesas, pois o vírus os deixa muito debilitados.

E, às vezes, também é possível que o veterinário proporcione um soro caseiro para que você mesmo administre em casa (não realize um soro por conta sem antes consultar um profissional). É fundamental que vá ao seu veterinário para iniciar o tratamento e combater a parvovirose canina.

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Cada vez existem mais casos que recorrem ao Tamiflu para combater a parvovirose, pelos seus excelentes resultados. Trata-se de um medicamento específico para tratar o vírus da gripe. A dose deve ser de 2 ml por quilo, isto quer dizer que se o seu cachorro pesar 10 kg deverá dar-lhe 20 ml. Deve dar-lhe uma dose ao dia, durante 10 dias, sempre à mesma hora.

O Tamiflu é complementar ao tratamento veterinário, uma vez que sozinho não fará nada. Deve consultar um especialista antes de o dar ao seu cachorro. Para além disso, embora tenha tido sucesso em muitos casos, não quer dizer que possa eliminar a parvovirose em todos os cachorros, pois cada cachorro tem reações diferentes. Para além disso, embora já exista um estudo a estudar a eficácia do Tamiflu[1], ainda não existem evidências científicas suficientes para a provar. Por esse motivo, alguns veterinários o utilizam e outros não.

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Para saber se o seu cachorro tem parvovirose, é importante que conheça os sintomas desta doença, algo que lhe possa ajudar a detetar a saúde do seu cachorro. A parvovirose afeta diretamente o sistema gastrointestinal do animal provocando sintomas como os seguintes:

  • Febre;
  • Pouco ânimo;
  • Falta de ar e pieira;
  • Falta de apetite no cachorro;
  • Náuseas e vômitos espumosos;
  • Diarreia com sangue e um cheiro muito forte;
  • Desidratação do cachorro.

Se vir que o seu cachorro tem algum destes sintomas, leve-o de imediato ao veterinário, sobretudo se se tratar de um filhote uma vez que pode provocar a morte súbita.

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Deve saber que pode evitar a parvovirose em um cachorro seguindo uma série de recomendações em que a saúde e higiene prevaleçam. Em umComo damos-lhe uma lista de conselhos que pode seguir para que tenha o seu cachorro protegido desta doença:

  • Siga à risca o plano de vacinas proposto pelo seu veterinário.
  • Desparasite o seu cachorro de forma frequente.
  • Mantenha a higiene tanto no seu cachorro como no ambiente em que vive.
  • Lave de forma frequente o recipiente de comida e bebida do cachorro.
  • Evite que um cachorro esteja em contato com as suas próprias fezes.

Se o seu cachorro estava infetado com parvovirose e se recuperou, deve saber que é possível que este ácaro tenha ficado em sua casa, por isso, é imprescindível que desinfete a sua casa de parvovirose e assim se certificar que tem um espaço ótimo para a vida do seu cachorro. A maneira mais eficaz de desinfectar a casa é com uma mistura de lixívia (hipoclorito de sódio) diluído em água numa proporção de 1:30 (uma parte de lixívia para trinta partes de água).

Se quer descobrir ainda mais informação sobre a parvovirose canina consulte o seguinte artigo do PeritoAnimal: A parvovirose canina - Sintomas e tratamento. Não esqueça que este vírus não é transmissível para humanos, sendo algo diferente. Saiba mais no artigo Como tratar parvovírus B19 ou humano.

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Referências
  1. Michelle, R. Douglass, K. (2009) Use of oseltamivir in the teatment of canine parvoviral enteritis. Journal of Veterinary Emergency and Critical Care. Volume 20, Issue 1, Pages 132-142