Como tratar uma infecção urinária em gatos

Como tratar uma infecção urinária em gatos

Como a maioria dos animais de estimação, os gatos podem sofrer infecções de urina, sobretudo as fêmeas. O primeiro sinal que o dono do animal costuma detectar, é que o gato ou a gata urina poucas quantidades muitas vezes ao dia, e em certas ocasiões, a urina tem uma cor rosada, porque pode conter sangue. Se o animal apresenta sinais de que está com uma infecção urinária, você deve dirigir-se com ele para a clínica veterinária. O médico veterinário após determinar a origem da infecção urinária definirá o tratamento mais adequado. Por este ser um problema bastante comum nos gatos domésticos, o umComo escreveu este artigo para que você perceba como tratar uma infecção urinária em gatos.

Passos a seguir:
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Uma infecção urinária define-se por uma colonização de zonas do sistema urinário, como os rins, ureteres, bexiga e uretra, por um agente infeccioso (na maior parte dos casos por bactérias, embora estejam descritos casos por fungos e vírus). Estas infecções podem ser simples ou complexas, isto é, se o animal apresenta unicamente uma infecção do trato urinário ou se por outro lado, apresenta esta infecção associada a outras doenças ou defeitos anatômicos.

Para determinar qual a origem da infecção, o médico veterinário irá recorrer a uma série de provas complementares nomeadamente análises sanguíneas, análises da urina e possivelmente uma ecografia (indicada para diagnosticar uma pielonefrite por exemplo) ou mesmo uma endoscopia (como em casos de possíveis anomalias das mucosas).

Depois de diagnosticar a origem do problema, o médico veterinário define o tratamento mais adequado que geralmente consiste em controlo dos sinais clínicos e a prevenção de possíveis complicações do tratamento.

Alimentação

A anorexia (falta de apetite) é um sintoma muito comum da maioria de doenças que afetam os gatos, entre elas as infecções de urina.

Uma boa alimentação ajuda a fortalecer o sistema imunitário do gato e, além disso, devido ao metabolismo dos gatos e a maneira que estes animais têm de obter energia através das reservas de gordura, o jejum é muito prejudicial para eles e pode ter consequências graves como alterações no fígado.

Para evitá-lo, existem complexos vitamínicos ricos em nutrientes disponíveis em centros veterinários e lojas especializadas que proporcionarão ao gato a energia que precisa, além de estimular o apetite (alguns). Consulte o seu médico veterinário sobre a pertinência da administração de um complexo destes.

Muitos destes produtos têm um bom sabor, facilitando que o gato os coma e, caso não o faça, podem ser colocados diretamente na boca com uma seringa (obviamente sem agulha) e muita paciência.

Em medicina humana está aconselhado o uso de sumo de mirtilos pois inibem a adesão de agentes infecciosos às mucosas. Porém, ainda não está provada cientificamente a eficácia deste tratamento adjuvante em animais.

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Anti-inflamatórios não esteroides (AINES)

Alguns médicos veterinários podem optar pela utilização destes fármacos por um motivo duplo. Primeiro, para melhorar o estado geral do gato, já que são analgésicos e conseguem fazer com que o gato se sinta melhor; e segundo, porque seu efeito anti-inflamatório pode aliviar a cistite (inflamação da parede da bexiga da urina), frequentemente associada às infecções urinárias.

Deve estar ciente de que muitos destes medicamentos (AINES) podem chegar a ser muito tóxicos para gatos, sobretudo os usados na medicina humana (aspirina, ibuprofeno, paracetamol...), já que podem causar graves alterações na coagulação, além de problemas gastrointestinais e renais.

Na medicina veterinária, tradicionalmente usou-se como anti-inflamatório não esteroide para gatos o Meloxicam, com bons resultados.

Ainda que os corticoides sejam extraordinariamente úteis por seu alto poder anti-inflamatório, não se recomendam em doenças infecciosas, já que podem diminuir as defesas do animal, atrasando a cura.

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Antibióticos

O papel dos antibióticos é fundamental nas infecções, já que são os encarregados de atacar o agente que causa o problema, as bactérias. Estes fármacos são a chave no tratamento de uma infecção urinária.

Idealmente, antes de utilizar qualquer antibiótico deve ser realizar uma prova de laboratório chamada cultivo, complementada com um antibiograma. Isto se faz tomando uma amostra de urina estéril (isto é, não contaminada) conseguida mediante cistocentese (punção da bexiga), que se cultiva para detectar o tipo de bactéria causadora. Uma vez conhecida a bactéria responsável do processo, realiza-se um antibiograma, que é um teste para saber que antibiótico em concreto é efetivo contra essa bactéria.

Na prática, muito provavelmente o médico veterinário terá de iniciar o tratamento antes de chegar o resultado do cultivo, optando por antibióticos de amplo espectro,isto é, úteis diante de um grande número de bactérias.

Nos casos de uma cistite aguda costuma ser feito um tratamento de 7 a 10 dias com um controlo após uma semana de parar o tratamento.

O aparecimento de resistências bacterianas é cada vez mais comum em Medicina Veterinária. Daí a importância de um uso controlado de antibióticos e em momento algum sem supervisão veterinária! Para além do uso descontrolado de antibióticos existem outros factores que contribuem para aparecerem resistências bacterianas (tornando cada vez mais difícil combater determinadas infecções):

  • Gênero do animal (mais nos machos)
  • Uso de fármacos imunossupressores
  • Presença de doenças subjacentes
  • Cirurgias prévias

Tratamento profiláticos

Em casos de reincidências constantes de infecções urinária, o médico veterinário pode considerar justificado a administração de antibióticos profiláticos, isto é, para evitarem que as infeções apareçam, como forma de prevenção. Este tipo de tratamento está normalmente reservado a animais que apresentem infecções mais do que 3 ou 4 vezes por ano.

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Problemas associados. Algumas doenças, como os cálculos na bexiga, podem aumentar o risco de infecções. Nestes casos, é necessário tratar também estas doenças associadas e não se limitar só à infecção em si.

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Recomenda-se que leve seu gato ao veterinário pelo menos duas vezes por ano para uma revisão.

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