Quais são os principais agentes polinizadores

Na reprodução das plantas, o processo de polinização diz respeito a como é feito o transporte dos grãos de pólen, os gametas masculinos, até o gameta feminino da planta. Por ter como elemento central o grão de pólen, este fenômeno da natureza só ocorre nas plantas dos grupos das gimnospermas e angiospermas, uma vez que os grupos das briófitas e pteridófitas não produzem pólen^[1].

Nas gimnospermas, o órgão reprodutor masculino é chamado de estróbilo e o pólen é transferido dele para um óvulo. Já nas angiospermas, o pólen é levado da antera (órgão masculino produtor do pólen) para o estigma (porção superior da parte feminina da flor).

Com a polinização, a transferência de gametas pode ocorrer da mesma flor ou de uma outra flor da mesma espécie. Ainda, é possível ocorrer a autopolinização na qual a transferência é feita na mesma planta ou pode ser feita de uma flor para outra em plantas diferentes, processo conhecido como polinização cruzada^[2].

Visto que a polinização é o processo reprodutivo das plantas, é através dela que ocorre a fecundação e consequentemente, a formação de frutos e sementes que irão originar novas plantas.

Na autopolinização o grão de pólen fecunda o estigma da própria flor que o originou. Neste caso, o processo não é considerado vantajoso sob o ponto de vista evolutivo e de diversidade, uma vez que inviabiliza a variabilidade genética^[3]. Aqui, mais uma vez, a natureza nos surpreende e nos encanta com algumas espécies que desenvolveram, ao longo da sua evolução, mecanismos para evitar a autopolinização.

Há também a polinização cruzada que é aquela feita por um agente polinizador que realiza o transporte do o grão de pólen de uma flor para outra da mesma espécie. Assim, a variabilidade genética é mais garantida.

Existem diferentes agentes que podem promover a polinização. Os agentes vivos que desempenham este papel são chamados de bióticos. Entre os bióticos encontramos os insetos (entomofilia), como a abelha; os morcegos (quiropterofilia) e as aves (ornitofilia)^[4]. Mas, a polinização não acontece apenas pela ação dos agentes vivos e pode também ocorrer através de fatores, ou agentes abióticos, como o vento (anemofilia) e a água (hidrofilia).

Dito isso, percebemos mais uma demonstração do quanto a natureza é sábia ao descobrirmos que as plantas oferecem recompensas, como pólen, néctar, óleos ou mesmo odores, para atrair os agentes bióticos. Estas recompensas são utilizadas na alimentação ou reprodução dos animais.

Porém, nem todos os agentes bióticos são eficazes no processo, muitos apenas são visitantes oportunistas que carregam o pólen sem contribuir de maneira efetiva para a polinização.

Os principais agentes polinizadores são os insetos, principalmente as abelhas, os besouros e as borboletas. Podemos considerar que a polinização é vital para as plantas, mas também é para os humanos, pois, sem a polinização realizada por insetos, cerca de 80 % dos alimentos cultivados não existiriam e haveria escassez alimentar^[5].

As abelhas são consideradas os principais agentes bióticos polinizadores e há estudos que comprovam que elas contribuem para a preservação da vida vegetal e também na manutenção da variabilidade genética. Em troca desse importante papel, as abelhas obtêm das plantas substâncias, como o néctar, que garantem o desenvolvimento de suas colmeias. As abelhas geralmente são atraídas por flores de cores vivas, em tons de azul ou amarelo, e que possuem marcas típicas que indicam a posição do néctar.

Por sua vez, as borboletas, na fase adulta, se alimentam do néctar das flores. Ao fazer isso, o pólen gruda e fica preso em suas asas que, ao baterem durante o voo, espalham o pólen por onde passam e, assim, novas flores vão nascendo pelo caminho. As flores polinizadas por borboletas geralmente apresentam cores mais fortes.

Já os besouros passeiam por plantas e flores em busca de alimentos, parceiros ou de um local para depositar seus ovos. Assim, de maneira quase acidental, acabam se incluindo ao grupo de agentes polinizadores. As cores mais opacas e o cheiro forte são características das flores polinizadas por este inseto.

Ainda é possível ocorrer a polinização por outros grupos de animais: pelas aves e pelos morcegos. As aves, principalmente os beija-flores, são atraídas por flores de cores vistosas, com bastante néctar e quase sem cheiro, visto que o olfato não é muito desenvolvido nestes animais. As flores polinizadas por morcegos geralmente só abrem à noite e ficam penduradas, longe das folhagens e outras plantas para facilitar o voo do bicho.

Migrando para a transferência de pólen feita por agentes abióticos, temos a polinização de plantas aquáticas por meio da água. Aqui há a possibilidade do pólen ser transportado sobre a superfície da água ou dele ficar submerso e, assim, ocorrer a polinização. Contudo, o principal agente abiótico responsável pela polinização da vida vegetal é o vento.

As plantas que são polinizadas pelo o vento, tendem a ter grandes quantidades de pólen. Visto que não precisam atrair nenhum ser vivo para realizar o processo, elas não apresentam néctar, odores ou cores fortes.

Este tipo de polinização é bastante comum nas gimnospermas. Plantas com flores pequenas, mas que possuem filetes longos e flexíveis, que oscilam com o vento, facilitam o processo de polinização pelo vento, muito comum em pinheiros, milho, trigo e arroz.

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